A economia da confiança nos tempos atuais refere-se a um modelo econômico e social onde a confiança se torna um ativo central na construção de relações entre marcas, consumidores e comunidades. Em um cenário de excesso de informação, deepfakes, fake news e uma crescente desconfiança nas instituições tradicionais, marcas que conseguem estabelecer uma conexão baseada em autenticidade, transparência e consistência ganham vantagem competitiva.
O conceito de economia da confiança vem sendo discutido por diversos teóricos e estrategistas, mas um dos nomes frequentemente associados ao tema é Rachel Botsman , especialista em confiança e economia colaborativa. Em seu livro Who Can You Trust?, ela explora como a confiança migrou de instituições centralizadas para redes descentralizadas, impulsionada por plataformas digitais e novos modelos de negócios, como Uber, Airbnb e blockchain.
Pesquisa da Edelman Trust Barometer revelou que 81% dos consumidores precisam confiar em uma marca antes de se tornarem clientes frequentes, evidenciando a importância da credibilidade empresarial. Esse dado reforça o que a TDS Company destaca em seu artigo A economia da confiança: transparência e propósito estão moldando novas relações de consumo. O estudo aponta que consumidores esperam que marcas não apenas ofereçam produtos e serviços de qualidade, mas também ajam de forma ética, transparente e alinhada a valores reais. Assim, a confiança se torna um fator decisivo na construção da lealdade do cliente e na diferenciação no mercado.
A confiança é construída quando marcas são genuínas e alinhadas a um propósito claro.
Negócios que expressam seus valores de maneira real e coerente geram identificação e fidelidade.
O público busca marcas que vão além da venda e demonstram compromisso com questões sociais e ambientais. E como público, me refiro não apenas ao cliente final, mas sim, a todos os stakeholders envolvidos pela sua marca/negócio (clientes, potenciais clientes, colaboradores, parceiros e sociedade como um todo).
A autenticidade se contrapõe aos padrões e modelos "copia e cola" amplamente disseminados nas redes sociais, permitindo que marcas se destaquem verdadeiramente por sua singularidade e originalidade.
Segundo a pesquisa Global Consumer Pulse da Accenture Strategy & Consulting , 83% dos consumidores brasileiros preferem comprar de empresas que defendem propósitos alinhados aos seus valores de vida.
A narrativa da marca deve ser uníssona em todos os pontos de contato: site, redes sociais, atendimento, conteúdo, experiência, pontos físicos, tom de voz...
Isso evita dissonância cognitiva e fortalece a previsibilidade (um fator essencial na construção da confiança).
Pequenos desalinhamentos podem gerar dúvidas e enfraquecer o vínculo com os consumidores, podendo ainda gerar uma imagem de incoerência ou pior, insegurança, nos stakeholders.
Como destaca Brené Brown , "Vulnerabilidade: a última coisa que eu quero que você reconheça em mim; A primeira coisa que eu busco reconhecer em você", podendo ser uma força poderosa para estabelecer conexões verdadeiras e autênticas com o público.
É imprescindível pensar em cada estratégia de marca de maneira integrada e alinhada ao Branding da marca, sempre retornando e mantendo-se fiel a sua essência, valores, propósito e, sobretudo, coerência entre o que se promete e o que se entrega.
Perguntas importantes a se fazer: por que 'tal' ação/estratégia é importante para a minha marca? O que ganharei e/ou arriscarei com isso? Está alinhada ao Branding da empresa e aos seus valores e propósito?
A confiança não é conquistada de uma vez só, mas sim cultivada ao longo do tempo. Pode parecer um longo caminho à frente, mas garanto que será muito mais duradouro, podendo conquistar, além da confiança, a admiração, fidelização e recomendação da sua marca/negócio e/ou produto/serviço.
Estratégias de marca devem ser planejadas para reforçar a credibilidade em ciclos de relacionamento contínuos, em vez de campanhas e ações isoladas e pontuais, garantindo maior sustentabilidade e consistência aos seus resultados.
Investir em comunicação clara, compromisso com entregas e valorização da experiência do cliente fortalece essa relação.
Em um mercado saturado, a confiança se torna, portanto, um critério decisivo na escolha de uma marca.
Marcas que priorizam a transparência e cumprem suas promessas conseguem se diferenciar e sustentar sua relevância a longo prazo.
Empresas que investem na confiança como pilar estratégico conquistam um público fiel e atuam como referência no setor.
Em um mundo repleto de experiências encenadas, consumidores optam por marcas que são percebidas como genuínas, originais, empáticas e sinceras.
A economia da confiança redefine o modo como marcas constroem e mantêm seu valor no mercado. No contexto de negócios bem posicionados e estratégicos, a confiança não é apenas um atributo desejável, mas uma base fundamental para o crescimento sustentável e significativo.
Na Dissemina Ideias , acredito e defendo que a coerência entre identidade, discurso e entrega se torna o maior ativo para gerar impacto real e duradouro. Sendo assim, integrar transparência e propósito em todas as dimensões do branding não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para marcas que desejam prosperar em um mundo onde a credibilidade se tornou moeda de valor inestimável.
A construção de uma marca confiável, autêntica, inspiradora, forte e memorável passa por pilares como autoconhecimento de marca, propósito, visão, comunicação e ação. Assim, marcas que colocam o fator humano no centro de suas estratégias não apenas conquistam clientes, mas criam comunidades leais e defensoras de sua mensagem.
Vamos conversar sobre isso e, JUNTAS, cultivar marcas femininas autênticas, fortes, confiáveis e de resultados consistentes?!
