Empreendedorismo feminino: essência e desafios


Empreendedorismo feminino: essência e desafios



Faz parte da essência feminina o trabalho coletivo, o dar as mãos, o se apoiar. Foi assim com nossas mães, com nossas avós, com nossas bisavós, com nossas tataravós… E por que com a gente seria (na verdade, tem sido) diferente? 


 

Com a estruturação da sociedade no modelo patriarcal como é hoje, nós, mulheres, fomos podadas e nos distanciamos da nossa potência criadora, da nossa essência cíclica, coletiva e criativa. Perdemos muito da nossa força por conta desse distanciamento e aprendemos a duvidar de nós mesmas e também umas das outras. Tudo isso tinha e tem um intuito: o fortalecimento do masculino. 


 

O resultado tá aí, uma sociedade que supervaloriza os homens e a energia masculina (yang) em detrimento a tudo o que é próprio da mulher. Em detrimento ao que temos de mais bonito e forte: nossa capacidade de criar. Sim, a criatividade é uma característica inata de toda mulher. Apenas algumas de nós estão esquecidas disso. 


 

Minha missão com a Dissemina é justamente lembrar a todas as mulheres do que elas já são. É fazê-las mergulhar dentro do universo interior e encontrar o que as motiva, o que as faz levantar da cama todos os dias, colocar isso como prioridade e a serviço de outras mulheres e da sociedade como um todo. Isso é criar. Isso é empreender. E disso nós entendemos. Olhem só estes dados: 


De acordo com o Sebrae, em 2018, metade das novas empresas brasileiras foram abertas por mulheres. Dados do mesmo ano, da Global Enterpreneurship Monitor (GEM), mostram que somos o 7º país no mundo com maior participação feminina entre os empreendedores iniciais. São, ou melhor, somos 24 milhões de mulheres empreendedoras no Brasil! 



Mas por que as mulheres empreendem?



O problema é que a motivação para grande parte das mulheres começarem a empreender é justamente a desigualdade de gênero ainda forte no mercado de trabalho (salários desiguais; discriminações diversas, inclusive por conta da maternidade; dupla jornada exaustiva; assédio, etc). 



Observem: ainda de acordo com a pesquisa da GEM, as mulheres citam a necessidade como motivo para começar uma empresa 20% mais que os homens. Com isso, o empreendedorismo “por necessidade”, ou seja, o empreendedorismo para complementar a renda familiar ou por desemprego, representa 44% do total de mulheres empreendedoras no Brasil. E o pior: pesquisas indicam que a taxa de mortalidade dessas empresas (por necessidade) tende a ser maior, quando comparada ao empreendedorismo por oportunidade, que é dominado por homens. 



Diante de tantas desigualdades e privilégios do masculino, dá pra entender porque eu resolvi focar a Dissemina 100% no público feminino. Tenho o sonho e a missão de mudar essas estatísticas e promover o empreendedorismo feminino com propósito, com a balança pendendo mais para a oportunidade do que para a necessidade. É o que tenho feito e tem sido lindo ver tantas mulheres parando por um momento pra se olhar, seja no início da carreira ou aos 60 anos de idade, pós-aposentadoria, não importa. O fundamental é que esse movimento de empreender está levando-as também a um processo de cura, de acreditar na própria voz, na própria experiência, na própria competência. 



Mulheres são como água, crescem quando se encontram



Como as pesquisas têm mostrado, falar de empreendedorismo feminino ainda hoje é falar de superação, de luta, de desafio, de resistência, de união e de transformação cultural, social e política. E tudo isso só se alcança no plural, no coletivo, no dar as mãos, pois juntas somos mais fortes e potentes. Como dizem: mulheres são como água, crescem quando se encontram. 



Sendo assim, também faz parte da minha função como consultora e mentora pela Dissemina incentivar as minhas clientes a substituírem o olhar de rivalidade para outras mulheres pregado pela sociedade patriarcal pelo olhar de parceria, de irmandade, de coletividade. Eu sempre provoco nelas: Que outras profissionais podem ajudar você a realizar o seu propósito? 



E assim seguimos, olhando pra dentro, empoderando a nossa voz, buscando parcerias fortalecedoras com outras mulheres, criando laços, valorizando todas as que existiram e resistiram para que chegássemos até aqui… Construindo a nossa mátria, enfim,  disseminando o que de melhor e único cada uma de nós tem a oferecer porque “eu sou o que sou pelo que nós somos” (Ubuntu). 



E por falar em empreendedorismo, chega junto e vem conhecer um pouco da minha história como empreendedora criativa e o nascimento da Dissemina Ideias no artigo anterior!





Dissemina Ideias