Por que tantas mulheres estão apostando no empreendedorismo feminino?


Por que tantas mulheres estão apostando no empreendedorismo feminino?



No terceiro trimestre de 2022, havia 10,3 milhões de mulheres donas de negócios no Brasil, o que representa mais de 34% do total de empreendedores do país, segundo pesquisa do Sebrae com base em dados do IBGE. 


E a pandemia parece ter sido um fator impulsionador para o empreendedorismo feminino. A quantidade de mulheres que começaram a empreender cresceu em todo o mundo no período, de acordo com dados do LinkedIn. No Brasil, a porcentagem de mulheres empreendedoras aumentou 41% em 2020. Já para os homens, o crescimento foi de 22% em relação aos que começaram a empreender no mesmo ano pandêmico.


O que tem feito tantas mulheres decidirem se lançar como empresárias?


Uma das respostas são os inúmeros desafios que elas enfrentam na vida profissional. Mas como empreender pode ser uma saída? Vamos falar sobre isso neste artigo por meio dos seguintes tópicos: 




  • Principais gatilhos de mudança profissional para mulheres 

  • Por que o empreendedorismo tem sido uma opção crescente?

  • Desafios do empreendedorismo feminino

  • Maneiras de enfrentar desafios e potencializar o empreendedorismo feminino


Continue a leitura neste outro artigo que escrevi se você está pensando em mergulhar no empreendedorismo feminino!



Principais gatilhos de mudança profissional para as mulheres


O que leva as mulheres a abandonarem uma carreira já em andamento para empreender ou mudarem totalmente de área na profissão? Essa é uma pergunta com muitas respostas, mas há motivos que são levantados por grande parte delas. 




  • Jornada dupla 


No Brasil, em 2019, as mulheres dedicaram aos cuidados de pessoas ou aos afazeres domésticos quase o dobro de tempo que os homens (21,4 horas contra 11,0 horas), segundo o informativo estatísticas de gênero do IBGE. Essa injusta divisão tem consequências graves para a vida profissional das mulheres e é o que tem levado muitas a buscarem alternativas de trabalho com horários mais flexíveis.




  • Diferença salarial entre homens e mulheres


De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2019 do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD), as mulheres recebem 58% do que é pago aos homens. Essa realidade tem sido um forte impulsionador para as mulheres mudarem o rumo de suas jornadas profissionais, seja buscando vagas com equiparação salarial, seja empreendendo de maneira autônoma.




  • Glass ceiling (o telhado de vidro)


Segundo dados do Linkedin, homens tinham probabilidade 52% maior de conseguirem promoções ligadas a cargos de liderança em comparação às mulheres em 2021. As dificuldades de mulheres ascenderem na escala organizacional não são de hoje e existe até um termo para se referir a elas: glass ceiling, em português, teto de vidro. Essa realidade tem preocupado gestores e muitas empresas buscam formas de reverter a situação com iniciativas de desenvolvimento de liderança voltadas para o público feminino, entre elas estão os programas de mentoring para ajudar mulheres a crescerem nas organizações.


Ainda assim, as diferenças entre homens e mulheres em cargos de alta gestão continuam gritantes e muitas preferem encarar os desafios de empreender para terem oportunidades mais justas.



Por que o empreendedorismo feminino tem sido uma opção crescente? 


Como vimos, há vários fatores no mercado de trabalho que deixam as mulheres em situação de desvantagem. Diante disso, profissionais de diferentes perfis têm buscado maneiras de encontrar maior satisfação nesta esfera da vida e o empreendedorismo tem se mostrado uma alternativa cada vez mais atraente. 


Cada pessoa tem sua própria história e motivações individuais para mudar de carreira e iniciar um negócio próprio, mas muitas pesquisas mostram que fatores como a busca por propósito, maior autonomia, flexibilidade de horários e equilíbrio entre vida pessoal e profissional são desejos em comum entre muitas mulheres.




  • Equilíbrio entre vida pessoal e profissional por meio da flexibilidade de horários


Já sabemos da jornada dupla das mulheres devido às desigualdades na divisão do trabalho doméstico. Por conta disso, ao empreender, elas acreditam que terão a oportunidade de dedicar tempo suficiente à família, enquanto gerenciam suas carreiras de forma autônoma. A ideia é que empreender permite que as mulheres tenham mais controle sobre sua agenda e horários de trabalho, resultando em mais tempo para cuidar dos filhos, acompanhar as atividades escolares ou lidar com outras responsabilidades familiares.


Este foi, inclusive, um dos principais fatores impulsionadores que motivou uma das minhas clientes, Carla Sapiensa, a iniciar uma nova jornada como empreendedora, mesmo diante de uma longa e promissora trajetória de 20 anos na indústria farmacêutica. Confira aqui um pouco sobre essa história de sucesso e realização.




  • Busca por autonomia e encontro de propósito


Ao serem donas do próprio negócio, as mulheres têm a oportunidade de assumir o controle e tomar decisões de maneira mais independente. Essa autonomia permite que expressem sua criatividade, tomem suas próprias decisões estratégicas e criem um negócio que reflita seus valores pessoais. 


Nesse ponto, entra a possibilidade de trabalhar com propósito, criando negócios de impacto social importantes. Esse fator ressoa ainda mais com muitas mulheres que têm uma forte inclinação para fazer a diferença em suas comunidades e na sociedade de maneira geral, abraçando causas sociais e direcionando o negócio para abordar questões relevantes.



Desafios do empreendedorismo feminino


Os motivos que levam as mulheres a empreenderem geralmente são muito admiráveis. No entanto, quando se lançam no mundo dos negócios, muitas descobrem que as injustiças e discriminações do mercado corporativo também estão presentes no empreendedorismo.


Entre as principais dificuldades das mulheres para desenvolverem seus negócios, uma pesquisa da We Cities inclui:




  • carga burocrática;

  • impostos corporativos elevados;

  • complexidade do sistema tributário; 

  • restrição de acesso a capital; 

  • custos elevados para empréstimos;

  • número limitado de investidores.


Esses problemas afetam de maneira mais forte as mulheres, pois é notório que as instituições financeiras e os investidores tendem a favorecer os homens empreendedores. Além desses fatores, outras questões aumentam a lista de desafios das mulheres que decidem ser donas do próprio negócio. Muitas refletem a forte desigualdade de gênero e estão relacionadas justamente com os motivos que as levaram a empreender, o que geralmente causa grande frustração e quebra de expectativas nas empreendedoras iniciantes. Veja do que estamos falando:




  • Falta de representação e modelos inspiradores 


A falta de representação feminina em cargos de liderança e empreendedorismo pode fazer com que as mulheres se sintam isoladas, sem terem referências para se inspirar e pedir ajuda. Isso pode levar à falta de confiança e à insegurança ao iniciar um negócio.




  • Múltiplas funções 


Lembra que equilibrar vida pessoal e profissional era justamente um fator motivador para empreender? Mas ao começar sua jornada, as mulheres percebem que o desafio de conciliar as responsabilidades familiares e domésticas com as demandas de administrar um negócio são tão ou mais pesadas quanto o malabarismo que já faziam para dar conta de suas funções no ambiente corporativo. 


Isso acaba trazendo novamente os mesmos conflitos e sentimentos de culpa e a já conhecida carga adicional de trabalho e estresse. 




  • Falta de networking e conexões


O networking é fundamental para o sucesso nos negócios, mas as mulheres podem enfrentar desafios para construir redes e conexões profissionais. Em certos setores e ambientes, os espaços de networking ainda são dominados por homens, o que pode dificultar o acesso a oportunidades e parcerias. 




  • Autoconfiança e síndrome da impostora


A síndrome da impostora é a sensação de não ser digna de sucesso ou de ser uma fraude. Esse tipo de sentimento é mais prevalente em mulheres, justamente pela forma como somos socializadas desde crianças. Isso pode limitar a disposição em assumir riscos e buscar oportunidades, características extremamente importantes para quem está empreendendo. 



Maneiras de enfrentar desafios e potencializar o empreendedorismo feminino


Quem começa a empreender logo descobre que o mundo dos negócios não é um mar de rosas. Mas as que persistem aprendem que é possível por meio de algumas estratégias. Uma das formas de lidar com os inúmeros desafios do empreendedorismo feminino é fortalecer as características mais importantes nessa área. No começo, serão muitas habilidades a serem fortalecidas, o que pode assustar, mas aos poucos, é nítido que cada habilidade conquistada leva adiante numa crescente empolgante. 



Características essenciais para empreender


O relatório Empreendedorismo Feminino do Sebrae destaca algumas habilidades essenciais para alcançar o sucesso nessa área. Veja algumas delas:




  • iniciativa;

  • inovação;

  • resiliência;

  • organização e planejamento;

  • capacidade de comunicação;

  • habilidade para criar e conduzir uma equipe (liderança e cooperação).


De todas as características elencadas, talvez as mais importantes sejam a liderança e a cooperação, pois representam o verdadeiro pulo do gato no empreendedorismo feminino. Sobre este assunto, indico o artigo de Carla Sapiensa sobre Vulnerabilidade e Liderança feminina. Confira aqui.


A criação de redes de parceria entre empreendedoras é uma das principais estratégias de negócios femininos. Quando descobrem que não precisam fazer tudo sozinhas e que podem (e devem) pedir ajuda, é que muitas empreendedoras decolam. 


Com o apoio de parceiras estratégicas, a empreendedora pode se dedicar às tarefas mais importantes da empresa, além de ter mais tempo para desenvolver a criatividade e a capacidade de inovação. Além disso, contar com outras mulheres empreendedoras contribui e muito para a capacidade de resiliência frente aos desafios. 


Veja o depoimento de Roberta Farias, da Affettos, que buscou a Dissemina como parceria quando começou a empreender. 


“A expertise de Renata me ajudou a ampliar o olhar, a abrir minha visão para identificar meu público, meus potenciais e melhorá-los, focando neles. 


Como eu estou cem por cento na produção da Affetos, eu precisei ampliar o olhar para perceber outros aspectos importantes do negócio como o marketing, o acolhimento dos clientes, os meus pontos de contato, as redes sociais, o atendimento…


Hoje atuamos no varejo, mas vislumbramos atender também em atacado a partir de 2024, montando uma micro indústria para fornecer produtos para restaurantes, cafés, hotéis … Ampliamos nossa visão e entendemos que podemos atingir outros mercados.”


Percebe? Com a ajuda de outros olhares, é possível ter uma visão de maior alcance sobre o negócio e o mercado. Já pensou nisso?


A Dissemina Ideias atua fomentando o empreendedorismo feminino por meio da criação de conexões importantes para o negócio e da prestação dos serviços de consultoria e mentoria


A consultoria acontece por meio de uma metodologia colaborativa e a mentoria, como um processo de autodesenvolvimento e despertar da autonomia e maior apropriação da marca e sua gestão.


Vamos trocar uma ideia e descobrir se a consultoria ou a mentoria Dissemina é para você?  Manda uma mensagem pelo WhatsApp.


 

Foto de Meghan Lamle na Unsplash





Dissemina Ideias