Posicionamento de marca para diversidade e inclusão feminina em 6 ações
Cada vez mais, os consumidores (internos e externos) estão valorizando marcas que tenham compromisso em impactar positivamente a sociedade, sendo diversidade e inclusão feminina um aspecto extremamente relevante na balança do público. Mas navegar nessa onda apenas para atrair consumidores pode ter o efeito contrário, pois quando falamos em posicionamento de marca, é preciso ter consistência e coerência.
Aliás, não tem como posicionar uma marca, ou seja, construir um branding eficiente, sem esses elementos. O discurso vazio não tem mais efeito no mundo de hoje, pois as pessoas têm acesso amplo e simultâneo às informações e esperam que o discurso das empresas esteja realmente alinhado com a prática.
Portanto, se seu posicionamento de marca inclui diversidade e inclusão feminina, faça valer suas palavras, atuando de maneira consistente para que esse valor esteja presente em todas as ações do negócio. Neste artigo, trago algumas recomendações para te ajudar a alinhar posicionamento e prática, aumentando a percepção de valor do público.
Desigualdade de gênero no trabalho ainda é um grave problema
De acordo com a pesquisa "Women in the Workplace 2020" da McKinsey & Company e LeanIn.Org, as mulheres representam apenas 38% dos cargos de gerência sênior, 22% dos cargos de diretoria e apenas 4% dos cargos de CEO em empresas nos Estados Unidos.
No Brasil, o cenário também é negativo até na diferença salarial. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020 as mulheres brasileiras receberam, em média, 77,7% do salário dos homens.
Essas desigualdades causam diversos problemas na vida das mulheres, impactando na saúde mental, na qualidade de vida e na autoestima delas. Uma pesquisa da consultoria EDC mostrou que as mulheres estão mais propensas a sofrer burnout do que homens. Tudo isso amplia ainda mais o glass ceiling, a barreira invisível que dificulta a ascensão de mulheres na escala organizacional para assumir posições de chefia e liderança.
Para as empresas, trabalhar diversidade e inclusão com viés para a igualdade de gênero é fundamental, pois além dos impactos positivos para a sociedade, também contribui fortemente para os resultados financeiros das organizações. Pesquisas realizadas pela consultoria McKinsey revelam que há uma forte relação entre diversidade e performance financeira.
Segundo o estudo, empresas com maior diversidade de gênero em suas equipes apresentam um desempenho financeiro 21% superior àquelas com menor diversidade. Na América Latina, as empresas com equipes executivas diversificadas em termos de gênero têm 14% mais probabilidade de superar a performance comparadas a outras dos mesmos segmentos.
Um estudo da Harvard Business Review mostrou que em empresas com pouca diversidade de gênero, as decisões tendem a ser tomadas de forma menos eficiente. Isso ocorre porque as equipes tendem a ter menos perspectivas e experiências diferentes para contribuir com o processo decisório.
Percebe que há uma clara ligação entre a maior presença de mulheres nas empresas e os resultados organizacionais? Pois é, não dá mais para fingir que está tudo bem em não ter representação feminina nas suas equipes, sobretudo nas posições estratégicas.
As grandes corporações já perceberam isso e estão tomando diversas medidas para mudar o cenário, mas não adianta apenas ter diversidade, contratando mais mulheres. É preciso que haja medidas de inclusão para que as colaboradoras atuem em igualdade de condições com os homens.
Eu falo isso pois é muito frequente as profissionais enfrentarem diversas dificuldades dentro das empresas. A maternidade versus vida profissional é uma questão central na vida da mulher, mas há ainda as diferenças salariais entre homens e mulheres (gender pay gap); comportamentos masculinos problemáticos como mansplaining e hepeating; casos de abuso moral, psicológico e sexual.
São muitos os desafios para que haja realmente diversidade e inclusão feminina nas empresas e também no mundo dos negócios, quando elas optam por empreender. Está aí, inclusive, a importância de iniciativas como a da Dissemina Ideias, que é focada em fomentar o empreendedorismo feminino.
Ações práticas para aumentar a diversidade e inclusão feminina
Como vimos, as dificuldades para as mulheres são muitas tanto no ambiente corporativo quanto no empreendedorismo. Mas já está provado que é preciso mudar (e logo)!
Veja a seguir algumas maneiras de promover diversidade e inclusão feminina no ambiente organizacional, trazendo coerência e consistência para o posicionamento de marca:
- Estabelecer metas e monitorar o progresso: As mudanças começam com planos e o sucesso desses se deve, em grande parte, ao monitoramento das ações. Portanto, é recomendável estabelecer metas claras e mensuráveis para a diversidade de gênero em suas equipes e acompanhar o progresso de forma regular.
- Promover políticas inclusivas: Apoiar a igualdade de gênero com ações práticas como a implementação de programas de licença paternidade, flexibilidade no horário de trabalho, igualdade salarial entre homens e mulheres e oportunidades de carreira equitativas.
- Fazer parcerias com organizações que apoiam a diversidade de gênero: As empresas podem fazer parcerias com organizações que apoiam a diversidade de gênero para aumentar sua conscientização e aprender com especialistas no assunto.
- Capacitação e treinamento: As empresas devem fornecer capacitação e treinamento sobre diversidade de gênero para seus funcionários, a fim de difundir o entendimento sobre essa questão em toda a organização.
- Comunicação clara: As marcas devem garantir que seus posicionamentos sejam coerentes com suas práticas, comunicando de forma clara e transparente suas políticas e práticas de diversidade de gênero, além de garantir que a liderança da empresa seja comprometida com a promoção da diversidade de gênero. Lembra quando falei em coerência e consistência entre o posicionamento de marca e suas ações práticas?
- Realizar avaliações regulares: Por fim, as empresas devem realizar avaliações regulares de seus esforços para promover a diversidade de gênero e fazer ajustes quando necessário, a fim de garantir que estejam alinhadas com suas políticas e práticas.
Como começar seu posicionamento de marca para diversidade e inclusão feminina?
Antes de montar um plano inicial de diversidade e inclusão feminina na sua organização, vale a pena pesquisar internamente em que estágio está a cultura de equidade de gênero para saber quais os pontos mais críticos e, assim, definir as prioridades.
Nessa investigação interna, é fundamental olhar para dentro da empresa, escutar colaboradoras e também clientes, pois marcas são feitas de pessoas para pessoas e o posicionamento deve sempre começar de dentro. É importante olhar para fora e buscar referências de outras empresas, mas para isso ter efetividade é preciso antes olhar com atenção para as limitações e as condições reais da empresa e o que é possível ofertar de fato.
Essas são ações fundamentais para que a empresa tenha diversidade e inclusão feminina na prática, atuando de maneira coerente com seu posicionamento e ampliando a percepção de valor da marca pelo público.
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